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OPINIÃO: 'A chave do Vale Encantado'

No final de agosto, aconteceu um dos eventos gaúchos mais importantes do Brasil: o Festival de Cinema de Gramado. O evento contou com o lançamento do filme infantil de Oswaldo Montenegro: A Chave do Vale Encantado. O filme é uma adaptação de um livro seu, escrito na década de 90. Oswaldo Montenegro é músico sem nunca ter estudado formalmente a arte. Possui mais de 300 músicas de sua autoria, que foram interpretadas por artistas consagrados como Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Zé Ramalho, Altemar Dutra, Zélia Duncan, entre outros. Apesar de Oswaldo Montenegro ser mais conhecido como cantor, já tem trabalhos reconhecidos na área cinematográfica, sendo esse filme infantil o quarto longa metragem lançado pelo artista.

Seu mais novo filme junta todos os personagens das histórias infantis, como a Rapunzel, os Sete Anões, o Príncipe Encantado, Robin Hood, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Pinóquio, Fada Azul, os Três Porquinhos, a Bruxa Má e muitos outros. Todos vivem no Vale Encantado, que é um local lindo, mágico e distante, o qual nenhum homem conhece, porque quando alguém se aproxima, o vigilante João torna tudo invisível. Todos os personagens são muito amigos e estão sempre prontos para atender ao chamado do alto-falante, para fazerem parte dos sonhos das pessoas que precisam da fantasia para enfrentar os problemas da vida, como a solidão. Quem tem a chave do Vale Encantado é o Papai Noel. Ele é o único que tem permissão para transitar nos dois mundos.

Mas o príncipe encantado e a bruxa má estão cansados de representar sempre o mesmo papel e se unem ao Lobo Mau para roubar a chave do Vale Encantado e conhecer a realidade daqueles que sonham com eles diariamente. O resultado, por óbvio, é uma total confusão. O filme traça um paralelo entre a fantasia e a realidade, mostrando o que os personagens dos livros infantis sentiriam e fariam se vivessem no mundo real. Eles se deparam com os problemas da cidade grande, onde pessoas moram nas ruas e estão abandonadas a própria sorte, onde as crianças são desprovidas de alegria e os adultos sempre ocupados e deprimidos.

Diante desse cenário, o que fazer? Se refugiar num universo de fantasia ou enfrentar a vida real, na busca de uma felicidade concreta e não apenas imaginada? O que faz de Oswaldo Montenegro um artista diferenciado é a sua determinação de produzir um filme que tem a finalidade de unir as famílias numa viagem pelo que as pessoas têm de mais valioso: a imaginação. A Chave do Vale Encantado é um filme de alegria e de afeto, que propõe um lugar onde todos poderiam viver felizes se jogassem fora a mesquinharia e a competitividade, demonstrando que a doçura e a amizade são os meios para melhorar o nosso mundo.

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